Adultização infantil em vídeo viral: por que o debate chegou à Câmara?
- Carol Santos
- 12 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de ago.
Nas últimas semanas, um vídeo viral incendiou as redes sociais e trouxe à tona um tema urgente: a adultização infantil.O caso começou com uma denúncia feita pelo criador de conteúdo Felca, que expôs situações de sexualização e comportamentos adultos em crianças nas plataformas digitais. O vídeo não apenas gerou discussões acaloradas na internet, como também chegou ao radar da Câmara dos Deputados.
Mas afinal, o que é adultização infantil, por que ela preocupa tanto — e o que está sendo feito a respeito?
📌 O que é adultização infantil?
A adultização infantil acontece quando crianças passam a adotar comportamentos, linguagens, estilos e responsabilidades típicas de adultos, antes de estarem emocional e psicologicamente preparadas para isso.
Essa “pressa” para crescer pode vir de vários lados:
Mídia e redes sociais: influenciadores, clipes musicais e trends que incentivam comportamentos adultos
Família e contexto social: exigências para assumir responsabilidades precoces
Pressão estética: maquiagem, roupas e procedimentos não compatíveis com a idade
Conteúdos sexualizados: falas, danças e interações impróprias para crianças
O problema é que essa exposição precoce afeta diretamente a saúde mental e o desenvolvimento emocional.
📲 O vídeo que mudou o jogo
O caso ganhou força quando Felca, conhecido por seu humor ácido, publicou um vídeo mostrando conteúdos de crianças no TikTok e Instagram que, segundo ele, ultrapassavam qualquer limite aceitável.
O impacto foi imediato:
Milhares de compartilhamentos e debates acalorados
Influenciadores e psicólogos comentando o tema
A pressão popular fez o assunto sair do mundo digital e chegar às instituições políticas
Em poucos dias, hashtags sobre “adultização infantil” e “protejam as crianças” estavam entre os assuntos mais comentados do Brasil.

🏛️ Do feed para o plenário
O barulho foi tanto que deputados protocolaram projetos de lei para criminalizar a adultização infantil em ambientes digitais.Entre as medidas propostas:
Penalizar responsáveis por expor crianças em conteúdos sexualizados
Obrigar plataformas a remover vídeos e perfis que incentivem a adultização
Criar campanhas educativas para pais, escolas e criadores de conteúdo
O movimento ficou popularmente conhecido como “Lei Felca”, mas ainda está em análise e não tem nome oficial definido.
🚨 Os riscos por trás da adultização precoce
Psicólogos e pedagogos alertam que a adultização infantil não é apenas “brincadeira” ou “fase” — ela traz riscos sérios:
Ansiedade e depressão na adolescência
Baixa autoestima e comparação constante com padrões irreais
Distorção da autoimagem e do corpo
Vulnerabilidade a abusos físicos e psicológicos
Perda do interesse por atividades próprias da infância
Além disso, meninas e crianças negras sofrem hipersexualização ainda mais intensa, fruto de padrões culturais e racismo estrutural.
🛡️ Como proteger a infância?
Não basta esperar por leis — a mudança também depende de ações diárias dentro de casa e na comunidade.Algumas medidas que especialistas recomendam:
Acompanhar o uso das redes sociais pelas crianças
Filtrar conteúdos e bloquear hashtags e perfis impróprios
Conversar sobre autoestima e limites pessoais
Incentivar brincadeiras, esportes e hobbies compatíveis com a idade
Dar o exemplo: respeitar a infância e não reproduzir padrões adultizados
💬 O que vem pela frente
O debate está só começando.A expectativa é que o Congresso avance com leis mais rígidas, mas a luta contra a adultização infantil vai muito além das regras — ela exige educação digital, apoio psicológico e mudanças culturais profundas.
No fim, fica a pergunta que deve guiar todas as decisões:
Estamos realmente dispostos a devolver às crianças o direito de serem crianças?
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