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Grávida e sem batimentos: entenda a gestação anembrionária

  • Foto do escritor: Carol Santos
    Carol Santos
  • 8 de mai.
  • 3 min de leitura

Você faz o teste. Duas listrinhas. Coração dispara.O mundo muda em segundos.

Mas, no ultrassom, o silêncio.Não tem batimento.Não tem embrião.


Essa é a realidade dura de muitas mulheres que passam pela chamada gestação anembrionária — um tipo de perda gestacional precoce, muitas vezes silenciosa, quase invisível para o mundo, mas profundamente dolorosa para quem vive.


Neste artigo, a gente vai conversar com carinho sobre esse tipo de gravidez, explicar o que acontece no corpo, e acolher as emoções que quase ninguém valida. 💛


🧬 O que é a gestação anembrionária?


A gestação anembrionária, também chamada de ovo cego, acontece quando o óvulo é fecundado, o saco gestacional se desenvolve, mas o embrião não.


Ou seja: o corpo começa uma gravidez, mas o bebê nunca chega a se formar.


O saco gestacional continua crescendo por algumas semanas, o corpo produz hormônio hCG (o que causa o positivo no teste), mas o embrião não evolui.


📆 Quando isso geralmente é descoberto?


Na maioria dos casos, o diagnóstico acontece entre a 6ª e a 10ª semana de gestação, quando:

  • O ultrassom não mostra embrião dentro do saco gestacional

  • Ou não há batimentos cardíacos, mesmo após o tempo esperado


Essa é, muitas vezes, a primeira perda gestacional da mulher, e pode ser vivida com choque, confusão e um sentimento de "fracasso" que não deveria existir, mas é comum.


🤔 Por que isso acontece?


A causa mais comum são alterações genéticas aleatórias, que impedem o embrião de se desenvolver.Não tem culpa. Não tem erro. Não tem algo que você fez ou deixou de fazer.


Outras possíveis causas envolvem:

  • Qualidade do óvulo ou espermatozoide

  • Problemas cromossômicos

  • Fatores imunológicos ou hormonais (em casos raros)


💬 Em resumo: é a natureza reconhecendo que algo não evoluiria bem — e interrompendo o processo.


Mulher grávida sentada sozinha na cama, segurando um exame de ultrassom no colo com expressão triste e distante, representando a dor da gestação anembrionária.

🩺 O que acontece depois do diagnóstico?


Após o diagnóstico confirmado, existem três caminhos possíveis, a depender da recomendação médica e da escolha da mulher:

⏳ 1. Conduta expectante

Esperar que o corpo elimine naturalmente o saco gestacional. Pode levar dias ou semanas.

💊 2. Uso de medicamentos

Induz o corpo a expulsar o conteúdo uterino, como se fosse uma menstruação mais intensa.

🏥 3. Curetagem ou aspiração

Procedimento cirúrgico para retirada do saco gestacional. Indicado em alguns casos específicos ou quando os outros métodos não funcionam.


💭 E o emocional? Como lidar com essa perda?


Essa talvez seja a parte mais difícil.A mulher se sente grávida, o corpo muda, o coração se apega — mas o bebê não vem.E muitas vezes, ouve frases como:

  • “Mas nem tinha embrião”

  • “Pelo menos foi cedo”

  • “Foi melhor assim”


Essas frases não ajudam. A dor é real, mesmo sem batimentos.O luto existe, mesmo sem ter ouvido o primeiro choro.E o que você sente é legítimo.


✨ Um lembrete de esperança (e acolhimento)


A maioria das mulheres que passa por uma gestação anembrionária consegue engravidar novamente e viver uma gestação saudável depois.


Mas antes disso, é preciso tempo. Tempo para o corpo. E principalmente, para o coração.

Você não está sozinha.Se está passando por isso agora, permita-se sentir, viver o luto, conversar, chorar, buscar apoio.A maternidade começa muito antes do parto — começa na alma.


E se você amou um bebê que não chegou a existir fisicamente, saiba:Esse amor foi real. E isso já te faz mãe. 🌷

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